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Capítulo 8 A guarda da amiga

Na manhã seguinte, ela se levantou com olheiras profundas, se forçando a acordar com energia.

Vitor, ao a ver tão desgastada, perguntou surpreso:

- Luiza, você está se sentindo mal? Por que está com essa cara?

- Você me atormentou a noite toda, não sabia? - Ela respondeu irritada.

Ele parou por um momento, depois sorriu maliciosamente e a abraçou.

- Não vou mais beber, agora só exercício! Ajuda a dormir!

Por algum motivo, ao ouvir suas palavras, ela sentiu o estômago revirar e correu para o banheiro, vomitando intensamente, em lágrimas e catarro.

Vitor bateu nas costas dela, preocupado.

- O que houve com você? Acho melhor te levar ao hospital!

Ela o afastou, dizendo para disfarçar:

- Não é nada, só não descansei direito. Por favor, leve Ivana ao jardim de infância, vou dormir mais um pouco.

Ele a levou de volta para a cama e a cobriu com o cobertor.

- Então durma mais um pouco. Vou levar nossa filha à escola, não se preocupe! Se não se sentir bem, me ligue, tá bom?

Ela acenou com a cabeça.

Ouvindo a conversa animada entre pai e filha, ela se levantou assim que eles saíram, correndo para a janela. Viu Vitor levando a saltitante Ivana para o carro e saindo do condomínio. Seus olhos se encheram de lágrimas e ela engasgou.

Como seria bom se tudo fosse como antes.

Ela se arrumou rapidamente, mudando seu estilo usual de vestir para jeans e camiseta, prendendo o cabelo em uma trança alta e colocando um chapéu.

Foi diretamente para a cafeteria em frente ao Mansão Kam Fai, escolhendo um lugar estratégico para observar a entrada do edifício.

Ela sabia que era um método tolo, mas talvez o mais eficaz.

Por três dias seguidos, ela não teve sucesso, nem viu Vitor, pois ignorou o fato de que ele geralmente usava a garagem subterrânea, que tinha acesso direto ao edifício.

No quarto dia, ao perceber isso e se sentindo exausta, viu Vitor saindo apressadamente do prédio com um telefone na mão, caminhando em direção à Times Square enquanto falava ao telefone.

Ela sentiu um aperto no coração, se levantou rapidamente e saiu da cafeteria, seguindo Vitor à distância, com o coração batendo descompassado. Ainda não era hora do almoço, e como ele não saiu de carro, significava que não iria muito longe. Vitor atravessou a rua na próxima esquina e entrou diretamente em uma casa de chá. Era um local bastante elegante, com uma decoração que lembrava a antiguidade, proporcionando um ambiente tranquilo, um refúgio para os profissionais da área conversarem e descansarem.

Parecia que ele estava ali para encontrar alguém. Ela lançou um rápido olhar para as janelas limpas do chão ao teto, ponderando se deveria seguir adiante. Mas, nesse breve momento, viu uma figura familiar na janela mais distante do segundo andar: Eunice, vestida com um lindo traje profissional rosa, exibindo uma aparência elegante e confiante. Com um sorriso, ela pensou que era uma coincidência encontrar Eunice ali, a poupando esforço. Decidiu então ligar para ela imediatamente.

Assim que a ligação foi atendida, ela viu claramente Eunice pegar o telefone. Mas, para sua surpresa, Vitor apareceu na janela. Eunice apontou discretamente para o outro lado e fez um gesto para Vitor ficar em silêncio e então ela ouviu a voz de Eunice ao telefone:

- Você está desocupada agora?

Essa pergunta irritou seus nervos sensíveis. Se fosse em outros tempos, ela teria visto como uma brincadeira entre amigas e teria respondido sem hesitar. Mas agora, ela sentiu a ironia na voz de Eunice, que doía mais do que a ver com Vitor. Sentiu como se tivesse recebido um tapa na cara, queimando de dor. Ela perguntou, com um sorriso irônico:

- Onde você está?

- Estou no escritório! Em uma reunião, te ligo mais tarde! - Ela viu claramente que os olhos de Eunice estavam fixos no rosto atraente de Vitor.

Esta resposta a deixou estupefata, surpresa por não ter previsto esta traição de uma amiga tão próxima.

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