Sem Revisão
No pequeno quarto onde eu era mantido prisioneiro, podia usar os poderes telepáticos sem limitações. Com o ciclo da lua completo, eu poderia ir muito além de imagens embassadas e flashes sem sentidos. Eu sentia Matt a todo instante, mas conforme meus poderes se fortaleciam, nossa conexão se limitava cada vez mais, raramente conseguia falar com ele, mesmo que breve, eu ainda ficava feliz em poder. Não fazia idéia do que acontecia na Aldeia ou na matilha, só sabia que faltavam menos de 3 dias pro casamento e eu ainda era mantido preso nesse minúsculo quarto.
A porta fora aberta tirando minha concentração e me fazendo arregalar os olhos. Melídia, empurrada para o lado de dentro por um guarda que ficava em frente minha porta. Levantei rápido e tropeçando nos próprios pés e a abracei fortemente. Melídia estava eufórica, não fazia idéia do que estava acontecendo, mas estava feliz em me ver.
- Meu Deus! Você some sem dei
Sem Revisão- Majestade, Lady Arvos deseja sua presença -A voz suave de uma das damas do castelo dizia na porta do meu quarto. Me levantei cuidadoso e agradeci a ela pelo recado. Quando entrei na cozinha, avistei sua presença ilustre e alguns demais convidados, levantando xícaras até suas bocas e bebericando. Ótimo, um chá da tarde com pessoas que me odeiam. Alguns fizeram reverência pra mim, mas não a Lady Arvos, manteve seu olhar duro sobre mim, porém suave e embora emanasse a energia de que me quisesse morto, transbordava uma falsa gentileza. Sentei, encarando suas xícaras e logo outra dama veio encher a minha.- Como está a estadia no palácio, majestade? - As palavras soadas de maneira soberba cortaram os ares e invadiram meus ouvidos.- Uma experiência única, eu diria.- Ainda mais pra algu&eac
Sem RevisãoSuspirava pesadamente, passando a mão pela região acertada pelo punho de Thomas, tocando com a ponta dos dedos a marca que ele deixou em mim, pequena, porém chamativa. Foram algumas horas de discussão até que ele me deixasse em paz por completo. Mas não consegui mantê-lo longe por muito tempo. Ele tinha uma necessidade estranha de esfregar na minha cara o quão certo tudo estava ocorrendo, e não se cansava de detalhar o que faria comigo após o fim da cerimônia e nem o que faria após essa noite. Medo? Um pouco, mais ódio, mais nervosismo. Se essa noite passasse, então ele teria tudo, tudo que sempre quis e de mão beijada à ele. Eu não podia deixar isso acontecer. Não me perdoaria.Fechei os olhos na frente do espelho marcado, regulei a respiração, me concentrei, não importa mais se iria doer, se iria arrancar uma parte de mim. Com certeza seria melhor do que passar a vida aqui, depois de não ter conseguido fazer nada. Eu o ouvi, el
Sem Revisão- Ela nunca me disse nada - Ainda segurava seu corpo sem vida nos braços, já mais calmo e finalmente conformado. O vento soprava pelas janelas quebradas e o sol já se mostrava pelo lado de fora. David estava sentado, Marcus lhe fazia um curativo, Alec estava coberto com um longo pano marrom e Matt permanecia em sua forma de lobo.- Você não podia saber...- Ela morreu por mim e a última coisa que eu fiz foi sentir raiva - Interrompi sua frase.- Ela sabia dos riscos...- Podíamos ter evitado tudo isso, por que não mataram ele lá quando era mais fácil? - Dizia meio irritado.- Como? A matilha inteira estaria contra nós, não teríamos nem chance - David interviu.Suspirei derrotado, poderia ter sido pior, mas eu nunca iria me perdoar pela vida dela ter sido perdida em troca da minha. Matt tocou meu ombro com o focinho atraindo minha atenção. Fechei os ol
Sem RevisãoEles eram apenas mensageiros, não fariam nada. Deixaram a mensagem e saíram sem esperar qualquer resposta nossa, obviamente já era sabido que iríamos recusar, eu iria recusar. Um silêncio ensurdecedor tomou conta do grande salão. Eu olhava pros garotos desanimados e eles me encaravam de volta com algo inexplicável no olhar. Medo, talvez. Exceto Marcus que passava a mão na cabeça desesperadamente.- O que vamos fazer? - David. Enruguei a testa.- Não é óbvio? Não vamos morrer.- Como vamos manter o castelo sob ameaça da matilha e do império? - Marcus expressou suas preocupações.- Eu não faço idéia...- Quando os aldeões souberem que você não governa mais... Eles já não aceitam porque acham que você é um bruxo - Continuou.- Podemos fugir - David mais uma vez.- Não vamos a lugar algum - Alec disse.- O que acham que vai
Sem RevisãoDespertei no meio de uma noite intensa de pesadelos sombrios. No sonho, o corpo de Alec era entregue a mim sem a cabeça e isso foi o suficiente para me deixar aterrorizado, tirando o sono pelo resto da madrugada. Desde a última tentativa, eu não consegui mais ver ou ouvir nada que viesse dele, também não consegui me conectar com ninguém da matilha. Não sabia ao certo o que isso significava, mas não parava de imaginar aonde me levaria. Eu não poderia perdoar outra perda em meu nome. Ainda mais dele... Me lembro de como gostava dele até algumas semanas atrás e como tudo isso mudou tão drasticamente por conta de uma ligação, agora não tão indesejada.- Tá tudo bem? - Um Matt preocupado espaireceu através da porta, me assustando. Acenei com a cabeça afirmativamente.- Eu ouvi sua respiração e seus batimentos acelerados... Você tem certeza? - Caminhou até a minha cama e se sentou, procurando minha mão por debaixo da co
Sem RevisãoAlec deixara o castelo acenando para Matt e abraçando David, com quem tinha mais afinidade. Antes de partir, deixou um beijo doce no meu rosto me dizendo que já tinha uma pequena noção dos meus sentimentos por ele, meses atrás. Eu sorri, ele sorriu e nos despedimos enfim. Foi como um momento de alívio perante ao que vinha como um grande turbilhão devastando tudo. Mesmo que tivesse irritado Matt e seu lobo interior, ele também entendeu do que se tratava. Ficamos até o anoitecer daquele dia. Marcus manteve tudo em ordem, como prometera, o povo ouvia a ele, deviam muito a sua família, mas outros ainda se revogaram a obedecer.Não tive muito mais tempo para me despedir de nada além de Alec, o resto do dia foi para o preparamento de suprimentos. A viagem seria longa e, segundo as fontes, as tropas reais já avançavam rumo ao norte, aonde estávamos. Eram muitos, disseram. Realmente pretendiam dizimar a aldeia, o bosque, tudo iria desapa
Sem Revisão- Me disseram que eu não podia contar muita coisa, mas eu achei melhor que você soubesse - Dizia Matt, mais uma vez sentado dentro de minha tenda, ele novamente é quem me vigiava por essa noite. Fiquei em silêncio esperando que ele prosseguisse.- O pacto mencionava você, Rei de Alfas. Que seria entregue aos humanos assim que chegasse e seus poderes desaflorassem, o pacto incluía uma trégua entre ambos os lados, sem morte para os humanos, sem morte para os lobos. Por isso não se ouviu nada sobre isso por séculos...- Por que exatamente eu fui entregue?- Para honrar o pacto.- Se eu sou mais forte que todos, por que não me usaram a seu favor?- Não fora Etheus que firmou o pacto, nem chegava a estar vivo, eu acho. Ele só o respeitava.- Os lobos tinham tanto
- As matilhas do leste? - Perguntei, quando um dos lobos da vigília dizia que os exércitos reais haviam se dividido pouco antes do ataque surpresa. O que eu mais temia acabara de acontecer. Iriam dizimar a aldeia e combater à nós ao mesmo tempo.- Resistiram, mas o alfa deles ordenou que recuassem, irão reagrupar aqui, senhor - Disse com a voz trêmula. Havia nervosismo em todos ali presente.- Isso foi apenas uma distração, enquanto eles passavam por nós, sem que percebêssemos - Etheus concluíra. Haviam marcas por seus ombros, junto a sangue.- O que faremos agora? Estamos em menor número, perdemos muitos, não podemos proteger o Bosque, não podemos nos defender...- Essa luta estava perdida antes mesmo de deixarmos a sua aldeia, garoto - Disse-me um dos líderes de matilha. O som de passos pesados por entr