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Capítulo 5

Grace

“Aqui mesmo!” Eu disse a George quando chegamos em frente aos Apartamentos Darkwood.

Eason e eu tínhamos um apartamento para quando precisávamos fugir de clubes e bares no meio da noite, e estávamos bêbados demais para confiar em nós mesmos para voltar para casa. Eason usava muito mais do que eu, mas eu ainda tinha uma chave.

“Obrigada, George.”

Saí do carro com um sorriso agradecido e corri para dentro, fingindo urgência. Quando eu subi, onde as janelas eram espelhadas, olhei para baixo até ver George saindo e suspirei antes de subir as escadas até o apartamento. Então liguei para Eason.

Ele riu. “Faz muito tempo que não recebo um SOS. Você está bem?”

"Já cheguei. Obrigada... eu nunca mais saio de casa.”

"O que?" Eason perguntou. "Nana-nina-não, mocinha."

“E eu vou vender este vestido na primeira chance que eu tiver.”

Ele ofegou. “Não se atreva! Eu escolhi esse vestido a dedo para você e ele deixa sua bunda fantástica. Seria um grande desperdício.”

Eu zombei e chutei para longe meus saltos. “Atraiu um desgraçado casado…”

“Ele era bonito?”

“Eason! Isso não é--"

"O que? Você é uma mulher livre. Como você sabe que ele era casado?”

“Seu vínculo de companheira estava perfeitamente intacto.”

Ele cantarolou. “Tudo bem, essa doeu. Joga de volta no mar e vai pescar de novo.”

“Não vai acontecer.” Afundei no sofá, fazendo beicinho. “Eu fui para o hotel dele.”

Ele aplaudiu no meu ouvido. “Essa é a minha Grace! Você não pode deixar que um probleminha ruim te impeça de voltar para lá.”

Eu balancei minha cabeça. “Estou com tesão, mas também estou com muita raiva e decepcionada para querer gozar.”

“Ah, é difícil ter uma bússola moral. Bem, pelo menos aproveite a banheira e o sossego durante a noite. Tem comida e tudo aí. Os pequeninos 1 e 2 ficam comigo até domingo, se você quiser o fim de semana.”

“Eu não posso pedir isso de-”

“Estou oferecendo. Você pode. Você vai. Não discute.”

Eu sorri e balancei a cabeça. “Obrigado, Eason. Eu... vejo você no domingo. Eu te amo."

"Também te amo."

Desliguei enquanto lágrimas ardiam em meus olhos. Fui até a janela e olhei para as luzes da cidade, me sentindo pior do que nunca. As memórias da noite caíram sobre mim. A maneira como ele me segurou. O gosto de sua boca na minha, o calor de seu desejo ameaçando me queimar por dentro. Estremeci e depois fiz uma careta para meu reflexo.

Afastei a culpa e a profunda pontada de tristeza que me atravessava. Não foi minha culpa que ele fosse trair. Eu não tinha como saber. Até aquele momento, era tudo que eu precisava. Memórias do meu eu mais jovem, despreocupada e cheio de paixão, passaram diante dos meus olhos. Traindo ou não, ele trouxe essa parte de mim à tona quando eu pensei que ela tinha desaparecido. Então, embora ele fosse desprezível, eu não poderia me arrepender completamente da noite.

Respirei fundo e fui para o banheiro. Tirei cuidadosamente o vestido. Era um vestido lindo, mas eu precisava do dinheiro. Eason ia ficar chateado, mas quando descobrisse tudo o que estava acontecendo, ele ia entender. Joguei o vestido no cesto de roupas e tirei minha calcinha.

Entrei no chuveiro, esperando que a água lavasse a confusão de emoções. As gotas quentes caíram sobre meu corpo, mas minha mente ainda estava a mil enquanto pensava sobre esta noite e o que ia acontecer na segunda feira. Eu queria a distração. Eu arrumei uma. Agora era hora de focar no caminho a seguir. O Festival da Lua de Inverno estava chegando. Alguma lobisomem ou licana ia querer sair se sentindo tão sexy quanto Charles me fez sentir. Eu esperava que eles pagassem muito dinheiro por isso também.

Segunda-feira chegou rápido demais. Eu nem me lembrava da tentativa de devolver todos os presentes de Cecil e Richard. Eu estava quase no limite de 60 dias de devolução, então tinha um pouco mais de espaço em meus cartões de crédito, mas não o suficiente para comemorar. A ameaça de execução da hipoteca que estava presa no meu e-mail parecia estar queimando minha jaqueta quando embarquei no ônibus a alguns quilômetros de minha casa, em direção à sede da Clínica Wolfe. Eason ia pirar quando descobrisse, mas se eu conseguisse juntar dinheiro suficiente e implorar o suficiente, talvez não precisasse contar para ele. Passei pelo catálogo da seguradora com tudo o que tinha na casa e mordi meu lábio. A maior parte dos móveis que estavam na casa desde que eu era criança estava guardada no sótão. Pude ver tudo o que comprei desde que me casei com Devin. Eu não sabia de onde vinha tudo isso, mas tudo tinha que ser suficiente para cobrir as contas.

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