- Está cada vez mais gostar de me ameaçar. - Disse Carlos de repente, se sentando abruptamente e se virando na minha direção, me fazendo prender a respiração. Ele me ameaçou primeiro, então só me defendi, não era minha culpa. Depois de cerca de um ou dois minutos de impasse, Carlos pegou meu celular sem cerimônia, a tela iluminou, mostrando o mesmo papel de parede que nunca mudei.Ainda era o inverno antes do divórcio, aquela noite em que ameacei Carlos para fazer bonecos de neve comigo, capturada pelas câmeras de segurança do quintal. O motivo pelo qual não tinha mudado o papel de parede não era porque não conseguia seguir em frente, mas sim porque era uma cena que eu gostava muito e representava um momento raro de intimidade com Carlos.- Há quanto tempo você não muda isso? - Perguntou Carlos.- É só um papel de parede. - Respondi tranquilamente. - Não mudei para mostrar que já superei, não preciso mais evocar memórias intencionalmente.O que eu disse fazia sentido, então Carlos f
Peguei o telefone e liguei para Montes. - Montes, venha me buscar no Jardim Plátano.- Sra. Samantha, onde você disse? - Montes parecia um pouco confuso.- No Jardim Plátano, onde eu morava antes. E traga uma cadeira de rodas. - Respondi.Montes não era muito de fofoca, simplesmente desligou o telefone para fazer o que pedi. Depois que desliguei, Carlos já havia saído do guarda-roupa, vestindo um sobretudo preto por fora, uma jaqueta de malha preta por dentro e uma camisa cinza prateada, irradiando uma elegância requintada e um charme sóbrio, o oposto de sua personalidade.- Cadê as roupas que usei ontem? - Perguntei.- Levou para lavar. De qualquer forma, você ainda quer ir ao escritório?Carlos deu uma olhada em mim enquanto amarrava a gravata.Franzi o cenho e perguntei:- E o que vou vestir para ir ao escritório?Carlos hesitou por um momento, parecia não concordar que eu fosse ao escritório, mesmo assim trouxe um conjunto de roupas, que era o estilo que eu costumava usar antes.
Depois de enviar a mensagem, um ovo cozido, branco e macio, foi colocado diante de mim, e Carlos retirou a mão. - Coma. - Disse ele.- Eu consigo descascar sozinha.Descobri que eu tinha um grande potencial para ser teimosa, não importava o que Carlos fizesse, eu sempre queria contra-atacar.Carlos levantou uma sobrancelha. - Então descasque sozinha e depois vá embora.Ele estava claramente se aproveitando da minha atual limitação de locomoção para me ameaçar o tempo todo. Eu não conseguia sair sozinha e Montes também não podia entrar para me buscar, então eu ainda dependia de Carlos.Suprimindo a crescente raiva em meu coração, peguei o ovo e o engoli em duas mordidas. No segundo seguinte, Carlos empurrou um sanduíche na minha direção, dizendo:- Coma mais.- Cof-cof...Me engasguei, incapaz de evitar tossir para tentar me sentir melhor.Sob a insistência de Carlos, comi bastante, e por fim, tomei um copo de leite quente, me sentindo um pouco cheia.A empregada, que ontem estava el
Ou será que Gatinha me ajudou?- Mas a mãe dela morreu quando ela nasceu. Agora, a esposa do presidente da Céu Aberto Consultoria é a madrasta dela. - Mônica me contou tudo o que sabia. Não sabia por que, mas ouvir isso me deixou muito confusa agora. Depois de desligar o telefone, perdi o apetite para continuar comendo e abri o WhatsApp para entrar em contato com Gatinha: "Você tem tempo para nos encontrarmos?" Gatinha respondeu rapidamente: "Claro, venha até aqui!" Logo depois, ela me enviou um endereço, e eu fui para lá imediatamente. Gatinha era uma mulher apaixonada por várias delícias culinárias. Ela estava explorando um restaurante ocidental quando me viu e acenou animadamente: - Samantha, venha aqui!Seus cabelos estavam tingidos de roxo novamente, dando uma aparência muito ousada a ela. Com um rosto redondo, seus piercings no nariz e nos lábios eram muito evidentes. Eu me aproximei e me sentei, enquanto Gatinha entusiasmadamente me recomendava os pratos especiais do rest
- Alguns só têm competição feminina em suas vidas, né? Perseguir homens não é vergonhoso, mas usar métodos tão vis é nojento! - Gatinha apoiou o queixo na mão. – Me lembro de um áudio vazado anteriormente, parece que era sobre essa Srta. Celeste, cheia de artimanhas...- Cala a boca! - Celeste ficou furiosa, rosnando para Gatinha.Gatinha me lançou um sorriso cúmplice e piscou um olho, provocando Celeste de propósito. Achei realmente interessante, não era de admirar que Carlos a desprezasse, mas ainda assim mantivesse contato com ela.Thainá estava segurando o braço de Celeste. Não sabia se era apenas uma impressão minha, mas desde que haviam se tornado amiga da Celeste, ela parecia ter se tornado mais sombria, sempre em um estado de melancolia.Ela me olhou com hostilidade e aconselhou Celeste: - Não perca tempo com ela, vamos embora.- Sim, Vinicius está nos esperando. De qualquer forma, estou aqui para garantir que você tenha mais oportunidades de conversar com o Carlos. Os apaixo
- Vinicius, você e sua namorada a levam ao hospital para ser examinada. - Disse João, com uma leve expressão de constrangimento no rosto.Vinicius concordou com a cabeça e levantou Celeste nos braços, se dirigindo para fora do restaurante. Seu gesto natural deixou Laís surpresa, ela ficou parada olhando para as costas de Vinicius por alguns segundos sem se mexer.Thainá estava preocupada com Celeste e imediatamente a puxou. - O que está esperando? Vamos para o hospital primeiro!- Sim! - Laís reagiu e, então, seguiu atordoada.Gatinha, observando a cena, soltou um sorriso malicioso. - Carlos, seu amigo não está sendo um pouco descarado demais?Carlos a olhou de relance. - Cuide de seus próprios assuntos.Depois, seu olhar se fixou em mim, se tornando mais sério.Gatinha olhou para ele e depois para mim, com um breve lampejo de desapontamento nos olhos, logo substituído por um sorriso, dizendo:- Não se preocupe, eu já disse para Samantha que vou conquistar você sem precisar recorrer
Ao ouvir isso, imediatamente estacionei o carro à beira da estrada.- Como poderia ele simplesmente desaparecer?Comecei a me preocupar também, especialmente porque já me sentia culpada em relação ao Hugo.Nanda estava prestes a chorar:- Também não sei. Três dias atrás, ele brigou com a família e saiu de casa. Depois disso, perdeu o contato e não conseguimos o encontrar!Hugo definitivamente não era do tipo que saía de casa facilmente. Imaginei que a discussão com a família três dias atrás deve ter sido muito intensa para ele tomar essa decisão.Devido à minha decisão errada, Hugo teve que suportar muita pressão e tormento. Meu coração estava apertado e, se algo acontecesse com ele por minha causa, eu não poderia me perdoar!- Vou tentar entrar em contato com ele, enquanto vocês continuam procurando nos lugares onde ele costumava morar ou nos hospitais onde trabalhou. - Respondi.Nanda agradeceu com voz trêmula e então desligou a ligação.Não tinha vontade para ir ao escritório. Encon
Já me sentia um verdadeiro desastre, mais um golpe não faria diferença, mas Hugo, contanto que ele me deixasse, ainda teria um futuro brilhante à sua frente.Ele não podia acabar como na última vida, com um resultado tão ruim. Carlos não me respondeu, em vez disso, simplesmente desligou a ligação. Eu, exausta e conformada, esfreguei a testa cansada. Depois de um tempo no carro, finalmente voltei para casa para tomar um banho relaxante. Desde que meu tio voltou para o País X, a casa enorme agora estava vazia, e o assustador era que aos poucos eu estava começando a me acostumar com isso.Depois do banho, coloquei meu pijama e fui para a varanda. Esta varanda ao ar livre, quando aberta, ficava de frente para a varanda de Carlos do outro lado, embora houvesse uma certa distância entre elas, ainda era possível ver o que estava acontecendo do outro lado. A varanda de Carlos estava iluminada, não importa se ele estivesse ou não na Mansão do Sul, sua mansão sempre tinha luz, com seus empreg