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Capítulo 7

Durval sorriu e disse:

- Já te falei para não brigar comigo. Você só vai sair perdendo.

- Ignore-o, Murilo. Brigar com ele só vai desvalorizar você. Vamos embora. - Lorena disse, desdenhando de Durval com o olhar, e puxou Murilo para longe.

Ao sair, Murilo não pôde resistir e falou:

- Vá anotando, moleque. Ainda não terminei com você. Quando eu tiver tempo, você vai ver só.

- Estarei esperando. - Durval respondeu com um sorriso.

Os dois saíram com seus guarda-costas, cabeças erguidas em arrogância.

Sozinho, Durval balançou a cabeça e murmurou:

- Estou mesmo ansioso pelo casamento de vocês.

Depois disso, ele dirigiu de volta à Mansão Cervos e estacionou o carro na entrada. Olhando para a enorme comunidade, Durval decidiu dar uma volta para se familiarizar com o ambiente.

O condomínio era imenso, possuía até um parque central que ocupava mais de duzentos hectares, quase do tamanho de um parque na cidade. Caminhando pelo parque, Durval refletiu sobre sua vida. Seus pais desapareceram misteriosamente quando era criança, e ele foi criado por seu avô. Aos dezesseis anos, ele despertou "A alma do dragão" e recebeu uma herança antiga. A partir daí, viajou para o exterior, formou Os Mercenários Abissais e acumulou uma vasta fortuna. Depois, desfez o grupo mercenário, criou o Consórcio do Cabo e voltou para sua cidade natal, Cidade X, para casar. Infelizmente, a felicidade nunca chegou, e ele foi cruelmente abandonado e humilhado. "A vida é imprevisível", ele pensou, "...repleta de altos e baixos".

Em seu devaneio, foi interrompido por uma voz:

- Pare aí, não se aproxime mais.

Levantando a cabeça, Durval viu um homem robusto de terno preto bloqueando seu caminho. À frente dele, uma jovem bonita na casa dos vinte anos estava ajudando um homem mais velho e curvado a caminhar.

Com um cenho franzido, Durval perguntou:

- O que foi? Este lugar é sua propriedade?

- Não, mas você não pode se aproximar. - O homem respondeu, impassível.

Durval retrucou:

- Se este lugar não é seu, então todos têm o direito de andar aqui. Saia do meu caminho.

- Se você se aproximar mais, vou ser rude. - O homem não cedeu.

A raiva começou a se formar no rosto de Durval. Ele perguntou em um tom sério:

- Você faz parte da elite privilegiada?

O homem ficou pálido. Nesse momento, o idoso falou com uma voz fraca:

- Deixe-o passar. Você é sempre tão irritante? Esta é uma estrada para todos, não apenas para mim.

O homem deu um passo para trás em silêncio. Durval prosseguiu, e o velho acenou em saudação. Com um aceno de cabeça, Durval respondeu e continuou seu caminho.

Nesse momento, a garota disse:

- Sem educação.

- O que você disse? - Durval se virou para olhar para a garota.

A garota ajustou seus óculos e falou:

- Eu disse que você é um mal-educado.

- Menina insolente. - Durval disse despreocupadamente. - Nem todos são subservientes e reverentes. Acho que fui bastante cortês.

O rosto da garota ficou frio:

- O que você quer dizer falando de forma tão sarcástica?

Vendo que os dois estavam prestes a entrar em conflito, o ancião sorriu e disse:

- Jovem, dê um desconto para este velho quase a beira da morte e não discuta com ela, tudo bem?

Durval olhou para o ancião, avaliou-o de cima a baixo e disse calmamente:

- Você está realmente doente, hein?

Ao ouvir essas palavras, a garota ficou furiosa e apontou para o nariz de Durval:

- Diga isso de novo?

- Eu disse algo errado?

A expressão de Durval permaneceu indiferente.

Justo quando a garota estava prestes a perder a paciência, o ancião interveio, sorrindo:

- Você não parece ser uma pessoa comum.

Durval respondeu casualmente:

- Sou muito comum.

- Não me parece. Quanto tempo você acha que eu ainda tenho? - Perguntou o ancião, desprendido.

Sem pensar muito, Durval respondeu:

- Talvez uma semana.

Ouvindo isso, a garota ficou tão irritada que começou a tremer. Olhou para os seguranças atrás dela, que rapidamente se aproximaram.

O ancião abriu um grande sorriso e, com um aceno de mão, disse:

- É mesmo? Você tem alguma solução?

- Há soluções, mas por que eu deveria te contar? - Durval respondeu de forma indiferente.

O ancião imediatamente sorriu e concordou:

- Você está certo, por que deveria? Até mais, jovem.

Durval se virou e continuou caminhando.

Nesse momento, a garota falou:

- Vovô, esse cara é muito arrogante.

- Não diga isso. Não somos também arrogantes aos olhos dos outros? Como eles sempre dizem, por que deveríamos? - Disse o ancião enquanto continuava a andar.

A garota segurou suas lágrimas contidas e disse:

- Você se feriu pelo país, fez méritos pelo país.

- Que tipo de conversa é essa? Não deveríamos fazer isso pelo país? Isso nos dá o direito de sermos arrogantes?

O ancião ficou um pouco irritado.

Durval, de repente, parou e se virou para olhar para o ancião.

- Quem é você? - Perguntou Durval.

O ancião sorriu levemente e disse:

- Meu nome é Emanuel Rios.

- O general aposentado? - Durval exclamou, surpreso.

Emanuel fez um gesto com a mão:

- Sou apenas um velho.

Durval entrou em reflexão.

Emanuel Rios, o antigo general do País H, com um histórico militar notável e que mais tarde serviu como o principal responsável pela área militar, tinha grande prestígio nos setores militar e político e muitos discípulos em todo o mundo. Era uma pessoa verdadeiramente digna de respeito.

Após um momento, Durval disse lentamente:

- Fui realmente desrespeitoso. Quanto à sua doença, não é como se eu não tivesse uma solução. Se você acredita em mim, que tal encontrarmos um lugar para conversar?

O velho sorriu e disse:

- Já percebi há algum tempo que você não é uma pessoa comum, meu jovem. Que tal vir até minha casa para uma conversa?

- Por favor. - Durval concordou, acenando com a cabeça.

Nesse momento, a jovem interferiu:

- Vovô, você não pode acreditar nele. Ele é um impostor tentando se aproximar de você.

- O que um velho como eu teria para ser enganado? Você está sendo excessivamente cautelosa. - Respondeu o avô.

Emanuel fez um gesto para Durval segui-lo, e ambos caminharam na direção de onde haviam vindo. A jovem ficou para trás, batendo o pé no chão em frustração. "Seu avô goza do mais alto padrão de tratamento do país. Se nem as melhores equipes médicas conseguem ajudá-lo, o que esse arrogante poderia fazer? Ele está obviamente tentando se aproximar de nossa família Rios."

No entanto, ela não ousava contrariar a vontade de seu avô. Assim, caminhou à frente para apoiá-lo de volta para casa, lançando olhares furiosos para Durval de vez em quando.

Ignorando o olhar da jovem, Durval e Emanuel logo chegaram à casa do mais velho e se sentaram na sala de estar.

Emanuel perguntou:

- Jovem, você consegue perceber a minha condição de saúde?

- Ferimentos antigos levaram a lesões internas, acrescidos pela velhice e pelo enfraquecimento geral do corpo. Agora você enfrenta necrose pulmonar. Se não fosse pelo tratamento médico de ponta, você já estaria morto. - Durval respondeu sem rodeios.

Os olhos do ancião brilharam:

- Como você soube?

- Eu olhei. - Respondeu Durval, de forma simples.

O velho ficou surpreso e disse:

- "Olhou", foi? A resposta está completamente correta. Você tem algum plano?

- Tire a camisa para que eu possa começar o tratamento. Em seguida, vou fornecer um conjunto de práticas que, se seguidas, poderão prolongar sua vida por mais de cem anos. - Durval propôs.

O rosto de Emanuel enrugou enquanto ele observava Durval, e depois de um momento ele disse:

- Parece que meu destino ainda não foi selado. Por favor, comece.

Vendo seu avô prestes a tirar a roupa, a jovem ficou alarmada e prontamente falou:

- Vovô, você não pode acreditar nele. Ele é claramente um impostor tentando se aproximar da nossa família Rios para algum propósito nefasto.

- O que eu tenho a perder, estando tão perto da morte? - Emanuel questionou, calmamente.

A jovem elevou a voz:

- Você não pode cair nessa armadilha. Se ele abusar de sua reputação no futuro, poderá manchar seu legado.

- Que legado? - Emanuel falou gravemente. - Vocês superestimam nossa família Rios. Além disso, se ele realmente é um impostor, vocês não conseguem lidar com ele?

A jovem ficou sem palavras e não ousou retrucar seu avô. Em vez disso, ela voltou sua atenção para Durval e gritou:

- Saia daqui, agora. Imediatamente.
Comments (2)
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Christian
Estou gostando
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Paulo Henrique Zanella (Eminem)
Muito boa a história
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