Alegria para o coração da mocinha rebelde que chegou na clinica e encontrou castanha de Pé! Seu coração dava pulos de alegria.
- Ele está curado? Já pode ir pra a casa?
Ela perguntou ansiosa ao doutor Oliver.
- Não. Ainda não. Hoje começamos com a fisioterapia. Preparada para ajudar?
- E o que eu posso estar fazendo?
- Vou te explicar.
E com muita paciência doutor Oliver explicou que Castanha poderia ter lesões secundarias , mais graves que as primeiras se ele ficasse parado na cocheira. Por isso eles o colocariam em movimento. Um movimento de constância e direcionado.
- O castanha pode se lembrar que sentiu essa dor? Que sofreu esse acidente?
- Sim. O cavalo é um animal com memória associativa. Ele pode se lembrar e ao lembrar sentir essa dor novamente. É isso que queremos evitar. Pois pode prejudicar a biomecânica dele.
- Quais as técnicas a serem usadas? Ele vai sentir dor?
- Fica tranquila. Vou começar trabalhando com aromaterapia. Faço utilização de lavanda .
Para começar o tratamento Doutor Oliver deu a Pillar, um vidrinho com a essência e a orientou a passar primeiramente no buçal de Castanha. Ou seja : no meio do focinho.
O cavalo imediatamente reagiu ao cheiro. A dona sorriu.
- Está gostando campeão?
- Ele está amando. Pode continuar. Agora você deve passar um pouquinho na franja dele.
Ela seguia as orientações.
- Existe algum risco de causar alguma reação alérgica?
- Não. De maneira alguma. Olha como ele já está relaxando.
Castanha já associava o cheiro àquele momento de prazer.
- Cara! Mas você é um safado. Como está gostando!
A dificuldade de ele andar era muito grande , mas ao ver com que amor o doutor tratava seu bichinho , a fez ter certeza de que muito em breve poderia levá-lo para a casa.
Castanha , serelepe não parava de balançar a sua crina e cheirar a mão da dona com o focinho gelado como de costume. Deu um baita susto em Pillar . Quando a garota abraçou o pescoço dele , tentando encostar a testa na sua , ele , ágil, levou o focinho até a barriga de Pillar e a empurrou , a menina caiu no chão rindo.
Doutor Oliver também não pôde deixar de rir, mas a ajudou a se levantar.
- Calma! Já esta tudo bem! Acho que esse rapaz na verdade só quis falar que estava com saudades.
- Com certeza doutor! Também acho.
- Então senhorita... preparada para continuar?
- Claro. Como o senhor quiser. Faço tudo pelo meu cavalo.
O próximo passo foi a laser terapia. Um aparelho baseado em emissão de fotos , ou seja luzes . Algumas células do organismo animal são capazes de absorver essas luzes e a partir disso estimular a produção de energia , acelerar o processo de cicatrização de tendões , ou de feridas que ficaram expostas. E funcionava como se fosse uma cafeína.
Doutor Oliver começou a manipular a máquina , colocou eletrodos nas patas de castanha . Pillar ficou com o coração na mão quando uma das perna dele bambeou com uma espécie de choque . O profissional tranquilizou-a dizendo que era normal.
Ela entao se ajoelhou e fez o mesmo processo em outras partes da anatomia do seu árabe.
- Agora esse rapaz vai para a crioterapia .
O cavalo foi levado para uma outra sala, a Clínica era enorme. Lá colocaram Castanha em um compartimento semelhante a uma banheira de hidromassagem suas patas ficaram emersa até um pouco abaixo da barriga, água Negra, borbulhante quente e em seguida Depois de alguns minutos Doutor Oliver Orientou Pillar a jogar uma grade daquelas de bebida , cheia de sal dentro da agua. Ali , Castanha ficou por 15 minutos. Em seguida, Doutor Oliver cobriu suas patas com meias . Por ultimo , ele passou pelo ultrassom. Que tinha uma frequência diferente. O impacto dele era por ondas sonoras que emitia . Quando chega em uma célula, fazia uma massagem ou esquentava a mesma. Suas aplicações poderiam ser diversas.
Então , dia encerrado , Doutor Oliver adiantou que nas próximas sessões , o cavalo seria submetido a acupuntura que funcionava atuando em pontos bioativos.
- Agulhas?
- Sim.
- Tadinho! Não ! Isso eu não quero ver .
- Tudo bem meu amor. Sem problemas , mas você é testemunha de que fizemos todos os procedimentos sem que ele sofresse nada.
- Sim! Só tenho que te agradecer doutor! Está fazendo um excelente trabalho. Ele nem parece aquele selvagem. Ficou o tempo todo tão bomzinho!
- Quer ir para a casa ! Ele não é bobo nada!
Pillar sorriu.
- Meu campeão.
- Você parece cansada ! Me deixa te levar para a casa.
Ela aceitou de bom grado.
Ela aceitou de bom grado. Estava tão exausta que não pôde evitar cochilar até chegar no rancho. E como naqueles livros ela despertou com um beijo , mas não na boca. Na testa. Abriu os olhos devagar , ainda sem acreditar , tentando entender o que tinha acontecido. Mas nada que a surpreendesse tanto, quanto o quê ouviria a seguir. - Chegamos? - Sim Bela adormecida! - Não acredito que dormi . - Dormiu. Você está exausta. - Exausta mas muito satisfeita em ter conseguido ajudar meu cavalo. Estou tão feliz! - Vocês são dois guerreiros. - Ele está se curando. Nada disso seria possível sem sua ajuda. Obrigada. Todas as palavras que eu possa buscar não são suficientes para expressar a minha gratidão. - Gratidão tenho eu por ter conhecido alguém tão especial quanto você. - Especial? Eu ? - Sim. Você! - E será que posso saber por que? - Mas é claro! &nbs
A expectativa dominava a todos. Bela , Vasco e Pillar fizeram o exame e tudo se confirmou . O menino era sim filho dela . Era irmão legitimo de Pillar. O fato foi muito Comemorado. O rapazinho passou pelo processo sem traumas , não tinha idade para entender nada. E como prometido , o nome de Bela nunca foi mencionado a ele.Os dias seguintes começaram a fluir luz. Enfim Castanha apresentou significativa melhora. Dentro de mais 3 dias, receberia alta. Doutor Oliver era excelente veterinário, mas era também, médico do coração, pois cuidava de Pillar como ninguém.O tempo passou. Patrick e Tatá trocaram alianças e já esperavam um bebê. Era uma menina, e se agitava bastante na barriga da mãe. A mesma se encontrava agora na arquibancada de um haras internacional , onde Pillar competia saltos , montada em Castanha. A torcida era imensa.O pai não c
Bela se arrumava. Em 3 horas teria que chegar no haras . Lá, se encontraria com veterinário que faria um exame de rotina em seus animais. Sua maior paixão, era BONITO seu cavalo preferido. Pelo mesmo , ela seria capaz de dar a sua vida.Seu marido Patrick não via aquilo com bons olhos, pois, devido á dedicação obsessiva dela pelo trabalho, já pensava em separação.- Você precisa mesmo ir?- Sim Patrick você sabe. Quer fazer o favor de não me atrasar? Minha mãe já está me esperando. Bela se irritou.- Dona Iolanda é uma irresponsável. sabe que você está grávida e que não pode sofrer emoções. E se eu não estou enganado, você me prometeu que iria trabalhar menos no final da gestação e cuidaria mais desse bebê.- Mas você sabe que eu não aceito parar. Meu trabalho não tem nada a ver com a minha gravidez.- Eu não concordo , mas se você pe
Ela concordou sorrindo. Tentava abraçá-lo. Deitou a cabeça no peito dele , ganhando cafuné. Adorava ser mimada. No dia seguinte ele implorou para que ela não fosse ao Haras country alegando que seria melhor ela esperar chegada do bebê. Mas ela não concordava com isso. Brisa ia parir e ela queria acompanhar de perto todo o processo.Aqueles animais o irritavam. Mas era melhor parar de jogar na cara de Bela a sua aversão por eles, pois isso sempre terminava em discussão.Na manhã seguinte , Bela liga para o seu advogado . Precisava vê-lo com urgência. Depois daquele encontro, teve uma conversa com a mãe. Se sentia muito triste quando era obrigada a agir contra o seu modo de pensar e contra as suas vontades.- Mamãe, É uma pena mas vou ter que me ausentar do Haras Country. Lógico e evidente não era isso qu
Muito tempo se passou até que Patrick estivesse mais calmo. Apesar de desolado , apesar da dor que ele carregaria no coração pelo resto da vida , teve que se acalmar para cuidar da parte burocrática e dar um enterro digno a sua esposa.3 dias depois da morte de Bela ele voltou ao hospital e foi levado ao berçário. Conheceria Pillar , aquele bebê que fora tão desejado , que a mamãe contava os dias para beijar e carregar , aquela chance lhe foi negada e agora a bebê estava condenada a viver sem o calor materno e tudo por culpa de animais selvagens. Sua dor ainda era muito intensa e ele achou que não poderia suportar.- Por que sua mãe foi nos deixar desse jeito Pillar? Lamentou com a pequenininha, beijando
Uma espécie de torpor tomou conta de Patrick desde aquele trágico acidente. Ele tinha a sensação de não estar naquele mundo. Ao reagir, decidiu que aqueles animais infelizes jamais o fariam sofrer novamente. Não deixaria Pillar se aproximar de nenhum deles. Um mês depois ele descobriu a causa morte da esposa. Conversando com um dos empregados , ficou sabendo que Bonito , o cavalo pelo qual ela era aficionada , pisoteou em seu peito. Massacrando-a. Ela realmente não teria chance. Irado , Patrick agindo na força do ódio, invadiu o haras durante a madrugada e atirou em bonito. Não deixaria o animal vivo. Pois o mesmo acabou com a sua vida , para sempre.Mas, Patrick não precisaria se preocupar. Pillar cresceu totalmente diferente.Aos sete anos exigiu que se mudassem para Cidade, pois detestava o rancho. Aos 10 anos se interessava com revistas de moda. Avançada demais para idade dela e aos catorze fez com que Patrick pagasse seus estudos em escola internacionalm
10 horas da noite ele observava pela janela de seu apartamento , ela chegando de mãos dadas com o namorado e segurando uma garrafa de bebida. Ele desceu já tirando o cinto . Iria recepcioná-la lá em baixo. Subiu puxando-a pelos braços e desferindo cintadas, fazendo com que ela proferisse palavras de baixo calão, irritando-o ainda mais. Antes de entrarem em casa ele a esbofeteou na cara. Não poderia aceitar o insulto que sofreu. Ela correu para o seu quarto chorando e trancou a porta.Patrick se desesperou ao perceber que Pillar era um caso gravíssimo e ele não sabia o que fazer. Se Bela estivesse viva, com certeza tudo seria diferente. A menina estava se tornando uma bandida. A turma dela era da pesada. Revoltado ele jogou no chão com força excessiva , a garrafa que ela chegou carregando , derramando álcool por todos os lados.Sem saber o que fazer , foi recorrer a dona Iolanda.-
Nesse tempo que ficou sozinho, ele vasculhou o Haras inteiro, notando assim algumas modificações. As pistas de corrida estavam mais largas e haviam mais cavalos , um em especial lhe chamou atenção, ele estava sendo cuidado por uma mulher, com mais ou menos 1, e 62 de altura, loira, uns 35 anos de idade.- É o filho do bonito? Ele perguntou ao se aproximar. Procurou se mostrar distraído.- Não! Esse é um cavalo que acabou de chegar aqui , mas o filho do Bonito também está no haras. Ela informou gentil.- Se puxou o gênio do pai...- Você o conheceu?- Sim. Minha sogra é dona daqui.- Me desculpe , mas parece que está de