Letícia olhou para Madalena, tentando confirmar se as pessoas da família Francisco realmente tinham vindo convidar Madalena e Michel para um passeio. Só então o rosto rígido de Letícia suavizou um pouco, e seu sorriso, ainda que tênue, foi dirigido exclusivamente a Michel, e não as pessoas da família Francisco. A presença deles sempre a deixava irritada.- Michel, você quer ir ao zoológico, então eu vou com você. - Disse Letícia, aceitando o convite do garoto.Michel, ainda muito jovem para compreender os detalhes do divórcio dos pais, nunca ouviu Madalena falar mal de Daulo, apesar de todas as mágoas. Madalena, com seu coração bondoso, sabia que alimentar ressentimentos não seria bom para Michel. Afinal, Daulo era o pai do garoto, e encher a cabeça de Michel com sentimentos negativos só prejudicaria seu desenvolvimento emocional.Meia hora depois.Aurora e Madalena estavam prontas para sair. Aurora segurava Michel pela mão, enquanto Letícia ligava o carro. Bruno, sempre preocupado co
Aurora só podia continuar correndo atrás do pequeno travesso. O zoológico estava lotado, com muitas crianças como Michel correndo de um lado para o outro, cheias de energia e curiosidade.Aurora não tinha tempo para apreciar a beleza do zoológico. Seguir Michel já era o suficiente para deixá-la exausta. O garoto, que passava os dias ajudando a mãe na loja e descansando em casa, raramente tinha a chance de sair para brincar. Naquele dia, ele estava aproveitando ao máximo, sua alegria era contagiante.Aurora, graças aos seus anos de treinamento em artes marciais, tinha a resistência e agilidade necessárias para acompanhar o ritmo acelerado do sobrinho. Madalena, que corria regularmente para manter a forma, também estava se saindo bem. Letícia, por outro lado, não estava acostumada a caminhar tanto e já começava a sentir dores nos pés.Quanto à pessoas da família Francisco, já tinham sido deixados para trás há muito tempo. Eles não conseguiam acompanhar o ritmo frenético de Michel.Michel
O homem à sua frente, um estranho de aparência furtiva, murmurou um “desculpe” quase inaudível, enquanto rapidamente deslizava uma pequena nota para a mão de Juliana. Surpresa e desconfiada, ela apertou com firmeza a nota, sem coragem de abri-la ali mesmo, em público. O coração dela batia acelerado, sua mente era um turbilhão de perguntas e preocupações.Juliana olhou em volta, procurando um local mais privado. Notou a placa indicando a direção dos banheiros e seguiu rapidamente a sinalização, tentando parecer o mais natural possível. Ao entrar no banheiro, se certificou de que estava sozinha antes de abrir a nota com dedos trêmulos. A mensagem era clara e alarmante: “Durante o show no aquário, causaremos uma confusão. No meio do tumulto, levaremos a criança. Seu trabalho é garantir que eles estejam no aquário.”Ela ficou parada por um momento, absorvendo a informação. O pânico começou a tomar conta de seu ser. Rasgou a nota em pedaços minúsculos, jogando-os no vaso sanitário e puxa
Madalena segurava Michel com força, seu instinto materno entrando em ação. Seu corpo todo tremia enquanto sentia o calor do pequeno corpo de Michel contra o seu. O olhar dela vagava ansiosamente pela multidão em pânico, procurando qualquer sinal de ameaça. Os guarda-costas formavam um círculo protetor ao redor deles, olhos atentos a cada movimento suspeito. Juliana, ao ver o menino seguro nos braços da mãe e protegido pelos guarda-costas, percebeu que o plano dos sequestradores estava condenado ao fracasso.O ambiente ao redor era caótico. Gritos, choro de crianças, o som de passos apressados ecoando pelas paredes do aquário. O ar parecia mais denso, carregado de medo e confusão. Juliana tentava manter a calma, mas seu coração batia descontroladamente, sua respiração curta e rápida. Mas antes que pudesse relaxar, ouviu um grito desesperado. - Bebê! Bebê! - Era Carolina, em pânico, observando um homem alto levando Bernardo embora. Juliana ficou atônita. “Eles pegaram a criança errad
Se ela tivesse relaxado um pouco, seu filho teria sido levado naquele tumulto.Ao entrar no carro de Letícia, Madalena não ousou afrouxar o aperto, segurando Michel com tanta força que seus braços doíam. Seu rosto estava pálido como cera, e seus olhos refletiam o pânico que ainda não conseguia dissipar. O menino, sentindo a tensão da mãe, estava calmo, mas claramente confuso. Seus grandes olhos curiosos olhavam ao redor, tentando entender o que estava acontecendo.Aurora se sentou ao lado deles, seus próprios nervos em frangalhos, tentando manter a calma. Ela passou a mão nas costas do sobrinho, tentando transmitir alguma sensação de segurança. Letícia, com as mãos trêmulas, pegou o celular e ligou para o irmão. Quando ele atendeu, ela disse com a voz embargada de medo: - Pedro, chame todos os nossos seguranças para virem ao Zoológico da Cidade G imediatamente. Aconteceu algo terrível, alguém tentou sequestrar Michel. Quase o levaram! Ela olhou pela janela, seus olhos vasculhando a
O clima de outubro na Cidade G era extremamente quente e somente nas manhãs e noites se podia sentir um pouco de frescor do final do outono.Depois de se levantar cedo e preparar o café da manhã para a família de sua irmã mais velha, Aurora Garcia pegou sua carteira de identidade e saiu em silêncio.- De agora em diante, temos que dividir as despesas igualmente. Sejam despesas diárias, empréstimo imobiliário ou financiamento de carro, devemos dividi-las justamente! A sua irmã está morando em nossa casa, então temos que pedir a ela que pague a metade também! De que adianta pagar mil reais por mês? Qual a diferença de comer e viver de graça? - Foi o que Aurora ouviu seu cunhado dizer na noite anterior durante a discussão com sua irmã.Ela tinha que se mudar da casa da sua irmã, Madalena Garcia.No entanto, só havia uma saída para tranquilizá-la, que era se casar.Aurora queria se casar em pouco tempo, mas sequer tinha um namorado, então teve que concordar com o pedido da vovó Erica, a ve
- Já que prometi, não vou recuar.Aurora também pensou nisso por alguns dias antes de tomar essa decisão. Agora que havia se decidido, não voltaria atrás.Ao ouvir isso, Bruno não a persuadiuinsistiu mais. Ele rapidamente pegou seus próprios documentos e os colocou na frente dos funcionários.Aurora fez o mesmo.O casamento dos dois foi concluído em menos de dez minutos.Quando Aurora recebeu a certidão de casamento dos funcionários, Bruno tirou do bolso da calça um molho de chaves que havia preparado anteriormente e o entregou a Aurora, dizendo: - A casa que eu comprei fica no Condomínio Rosa. Ouvi dizer da minhaA vovó disse que você abriu uma livraria em frente à Escola Secundária da Cidade G, que não fica longe da minha casa. São cerca de dez minutos de ônibus. Você tem carteira de motorista? Se tiver, posso ajudá-la a pagar a entrada de um carro e você só precisará pagar as prestações do carro todos os meses. Será mais conveniente para você ir e voltar do trabalho. – Bruno continu
- Vovó, não se preocupe. - Aurora estava simplesmente respondendo por gentileza.Embora a vovó Erica fosse muito boa para ela, Bruno era seu próprio neto e ela era apenas sua nora. Se houvesse realmente um conflito entre o casal, a família Alves iria ajudá-la?Aurora acreditava que não.Aurora lembrava de como os sogros de sua irmã eram gentis com ela antes do casamento, tão bons que até a própria filha deles ficava com ciúmes. No entanto, depois do casamento, eles mudaram de atitude em relação à sua irmã. Toda vez que ela e o marido tinham um conflito, a sogra a acusava de ser uma esposa ruim. Isso mostrava que as pessoas sempre favoreciamem seus próprios filhos em detrimento de suas noras.- Você tem que ir trabalhar, certo? NEntão não vou mais incomodá-la. Vou pedir ao Bruno para buscá-la mais tarde e vamos jantar juntos em casa hoje.- Vovó, fecho a loja tarde da noite e talvez não seja muito conveniente voltar para jantar. Pode ser no fim de semana?Os negócios dessa livraria depe