Se ela tivesse relaxado um pouco, seu filho teria sido levado naquele tumulto.Ao entrar no carro de Letícia, Madalena não ousou afrouxar o aperto, segurando Michel com tanta força que seus braços doíam. Seu rosto estava pálido como cera, e seus olhos refletiam o pânico que ainda não conseguia dissipar. O menino, sentindo a tensão da mãe, estava calmo, mas claramente confuso. Seus grandes olhos curiosos olhavam ao redor, tentando entender o que estava acontecendo.Aurora se sentou ao lado deles, seus próprios nervos em frangalhos, tentando manter a calma. Ela passou a mão nas costas do sobrinho, tentando transmitir alguma sensação de segurança. Letícia, com as mãos trêmulas, pegou o celular e ligou para o irmão. Quando ele atendeu, ela disse com a voz embargada de medo: - Pedro, chame todos os nossos seguranças para virem ao Zoológico da Cidade G imediatamente. Aconteceu algo terrível, alguém tentou sequestrar Michel. Quase o levaram! Ela olhou pela janela, seus olhos vasculhando a
Na entrada do zoológico, Aurora avistou os dois seguranças que haviam ido resgatar Bernardo, carregando-o nos braços enquanto ele chorava sem parar. O choro da criança ecoava pelo lugar, atraindo olhares curiosos dos visitantes do zoológico.- Sra. Alves. - Um dos seguranças se aproximaram de Aurora, visivelmente exaustos e com expressões de alívio misturadas à dor de cabeça. Suas roupas estavam sujas e os rostos cobertos de suor. Colocaram Bernardo no chão com cuidado, e ele continuava chorando e chamar pela mãe, seus soluços rasgando o ar quente da tarde. - Sra. Alves, por favor, ligue para a família dele. Ele não para de chorar, foi assim o caminho todo.- Tia Aurora. - Bernardo estava em prantos, seus olhos vermelhos de tanto chorar e o rosto manchado de lágrimas. Ele nunca tinha visto os seguranças da família Alves antes, e a sequência de ser carregado por estranhos o deixou aterrorizado. Mesmo sendo um garoto travesso, ele ainda era uma criança de quatro anos, assustada e confusa
- Minha irmã segurou Michel com força, e eu rapidamente acertei o sequestrador com um chute, fazendo-o desistir de levar Michel e fugir. - Aurora respondeu, sua voz firme e decidida. Ela se virou para olhar para o carro de Letícia, acrescentando. - Michel ainda está no carro com Madalena e Letícia. Foi através dessa conversa entre Aurora e Bruno que as pessoas da família Francisco souberam que Michel também quase foi sequestrado. Arabela, que estava chorando, se levantou rapidamente, seu rosto uma máscara de preocupação e desespero. Ela imediatamente quis ir ver o neto, suas mãos trêmulas segurando a saia enquanto ela caminhava às pressas em direção ao carro.Madalena, finalmente sentindo-se segura, saiu do carro com Michel nos braços. Ela estava visivelmente abalada, mas aliviada por estarem todos a salvo. - Michel, Michel! - Arabela correu para abraçar o neto, suas lágrimas caindo livremente. Confirmando que ele realmente estava bem, ela disse, com a voz trêmula. - Ainda bem que v
Até mesmo Aurora sentia que algo estava errado. A sensação de desconforto persistia em seu peito, um pressentimento que ela não conseguia ignorar. Eles apenas não compartilharam suas suspeitas na frente de todos, preferindo discutir em particular.- Certo. - Respondeu Michel, que ainda não tinha se divertido o suficiente. Seus olhos brilhavam ao lembrar do show no aquário, especialmente os golfinhos que saltavam graciosamente pela água. Mas sua mãe o levou embora antes que o espetáculo terminasse, deixando-o desapontado.Os seguranças da família Alves se alinharam como soldados, formando duas filas na frente do carro de luxo. Suas expressões eram sérias, atentos a qualquer movimento suspeito ao redor. Bruno, carregando Michel com firmeza e cuidado, entrou no carro junto com Aurora, que ainda mantinha uma expressão de preocupação.Madalena, visivelmente abalada, preferiu entrar no carro dos seguranças, sem seguir sua irmã.Letícia entrou no carro do irmão, deixando seu próprio carro par
Agora, todo mundo na Cidade G sabia que Bruno adorava sua esposa. Se algo acontecesse com Aurora, seria como tirar uma parte vital de sua vida. Essa devoção era conhecida e admirada, mas também tornava Aurora um alvo potencial para aqueles que queriam ferir Bruno de forma mais indireta e dolorosa.- Será que foi a Sra. Leite quem fez isso? - Aurora imediatamente pensou na Sra. Leite. Seus olhos se estreitaram enquanto considerava essa possibilidade, sentindo uma onda de raiva e preocupação crescendo dentro dela.Bruno ficou em silêncio por um momento antes de responder, sua expressão se tornando sombria e pensativa: - Agora, não posso afirmar nada, mas desde que você teve aquele desentendimento com a Eliana, eu pedi para o Paulo vigiar o velho Sr. Leite e sua esposa. Até agora, eles não mostraram nada de suspeito. Aurora, precisamos investigar mais a fundo para saber se o alvo verdadeiro dessa ação era você ou eu.Bruno colocou Michel ao seu lado e envolveu Aurora em um abraço apertad
O clima de outubro na Cidade G era extremamente quente e somente nas manhãs e noites se podia sentir um pouco de frescor do final do outono.Depois de se levantar cedo e preparar o café da manhã para a família de sua irmã mais velha, Aurora Garcia pegou sua carteira de identidade e saiu em silêncio.- De agora em diante, temos que dividir as despesas igualmente. Sejam despesas diárias, empréstimo imobiliário ou financiamento de carro, devemos dividi-las justamente! A sua irmã está morando em nossa casa, então temos que pedir a ela que pague a metade também! De que adianta pagar mil reais por mês? Qual a diferença de comer e viver de graça? - Foi o que Aurora ouviu seu cunhado dizer na noite anterior durante a discussão com sua irmã.Ela tinha que se mudar da casa da sua irmã, Madalena Garcia.No entanto, só havia uma saída para tranquilizá-la, que era se casar.Aurora queria se casar em pouco tempo, mas sequer tinha um namorado, então teve que concordar com o pedido da vovó Erica, a ve
- Já que prometi, não vou recuar.Aurora também pensou nisso por alguns dias antes de tomar essa decisão. Agora que havia se decidido, não voltaria atrás.Ao ouvir isso, Bruno não a persuadiuinsistiu mais. Ele rapidamente pegou seus próprios documentos e os colocou na frente dos funcionários.Aurora fez o mesmo.O casamento dos dois foi concluído em menos de dez minutos.Quando Aurora recebeu a certidão de casamento dos funcionários, Bruno tirou do bolso da calça um molho de chaves que havia preparado anteriormente e o entregou a Aurora, dizendo: - A casa que eu comprei fica no Condomínio Rosa. Ouvi dizer da minhaA vovó disse que você abriu uma livraria em frente à Escola Secundária da Cidade G, que não fica longe da minha casa. São cerca de dez minutos de ônibus. Você tem carteira de motorista? Se tiver, posso ajudá-la a pagar a entrada de um carro e você só precisará pagar as prestações do carro todos os meses. Será mais conveniente para você ir e voltar do trabalho. – Bruno continu
- Vovó, não se preocupe. - Aurora estava simplesmente respondendo por gentileza.Embora a vovó Erica fosse muito boa para ela, Bruno era seu próprio neto e ela era apenas sua nora. Se houvesse realmente um conflito entre o casal, a família Alves iria ajudá-la?Aurora acreditava que não.Aurora lembrava de como os sogros de sua irmã eram gentis com ela antes do casamento, tão bons que até a própria filha deles ficava com ciúmes. No entanto, depois do casamento, eles mudaram de atitude em relação à sua irmã. Toda vez que ela e o marido tinham um conflito, a sogra a acusava de ser uma esposa ruim. Isso mostrava que as pessoas sempre favoreciamem seus próprios filhos em detrimento de suas noras.- Você tem que ir trabalhar, certo? NEntão não vou mais incomodá-la. Vou pedir ao Bruno para buscá-la mais tarde e vamos jantar juntos em casa hoje.- Vovó, fecho a loja tarde da noite e talvez não seja muito conveniente voltar para jantar. Pode ser no fim de semana?Os negócios dessa livraria depe