Cage ainda estava um pouco grogue quando um vulto batendo em seu rosto o pedia para acordar. Um balde de água fria o ajudou a ir retomando a consciência. Ele estava preso em uma cadeira e na sua frente estava o seu afilhado, Nicolas. Ele havia colocado em seu Uísque um “boa noite cinderela” para que o seu padrinho pudesse apagar. Ele então saiu com o seu padrinho em seu carro e viajou até Petrópolis. Um amigo tinha uma casa de campo bem afastada da cidade e ele na segunda havia pegado a chave emprestada para passar uns dias descansando.
— Esta cena, sabe, me é um pouco familiar –disse Cage pausadamente, ainda um pouco confuso.
— Papai confiava em você. Mamãe adorava você.
— Seu pai era um tolo. Quase colocou a missão em risco.
— Papai só queria fazer o certo.
— O certo? Eu fiz o certo. Eu salvei a missão, eu ajudei
Nicolas precisava ficar em um lugar onde pudesse analisar todos aqueles documentos com calma e sem medo de ser descoberto. Ele tinha um esconderijo da época que era criança e ia com seus pais visitar seus avós. Seus avós tinham um sítio na cidade de Lagoa Santa, que fica a 30 quilômetros de Belo Horizonte, e quando eles eram crianças costumavam visitar a cidade. Nicolas gostava de andar de bicicleta até um casebre que foi abandonado quando criaram um parque estadual nos arredores da cidade. Nicolas tinha esperança de encontrar o casebre e de que ele ainda estivesse de pé.Nicolas chegou em Lagoa Santa no início da manhã seguinte, estava cansado de ter viajado a noite inteira em uma moto. Precisava descansar, comer um pouco. Estava próximo ao parque na região da Lapinha quando viu uma casa antiga com uma placa com os dizeres: “Quitutes da Roça”. Foi ali que resol
As provas enviadas por Nicolas nos principais jornais do país se tornaram um dos maiores escândalos do Brasil e do mundo na época. Uma investigação aberta pela Polícia Federal culminou com o presidente Jairo deposto e preso. Seus filhos e outros militares também foram presos. Em resposta a tudo que havia acontecido, o presidente americano ordenou também uma investigação em solo americano e prisão de todos os cidadãos americanos envolvidos neste crime. A relação entre o Brasil e os Estados Unidos durante um bom tempo não foi mais a mesma.Nicolas foi para os Estados Unidos, mudou de nome e entrou para um programa de proteção de testemunhas. Ninguém nunca mais teve notícias dele. Dizem que ele se casou, teve dois filhos e tem um pequeno restaurante e uma pousada em uma ilha do Caribe.Alguns afirmam tê-lo visto pouco tempo depois que s
O ano era 1949. O Presidente americano Harry Todd assina alguns documentos enquanto descansa sobre a sua mesa um relatório elaborado pela sua equipe econômica. O relatório havia sido solicitado no mês anterior e sua entrega era aguardada com ansiedade pelo presidente. Naquele dia, reuniões e outros compromissos atrapalharam o início da leitura do relatório. Entretanto, ele não poderia esperar até o dia seguinte para saber o conteúdo e no final da tarde o relatório já estava dentro da sua pasta de couro. O destino era a sua casa.Já eram dez horas da noite quando o presidente, em sua poltrona favorita localizada estrategicamente ao lado da lareira, iniciou a leitura. Em sua companhia, seu cachorrodeitado próximo aos seus pés e uma garrafa de uísque. A leitura era viciante e pouco depois das três horas da manhã ele resolveu se deitar. Entr
Durante a segunda guerra, o Escritório de Serviços Estratégicos foi quem executou operações de estratégia e inteligência de forma coordenada nos Estados Unidos. Com o término da segunda grande guerra, o Governo viu a necessidade de se criar uma Agência oficial civil de Inteligência. Foi criada então em 1949 a Agência Central de Inteligência, que era a Agência de Inteligência Civil Americana, também conhecida como CIA. No mesmo ano foi criada a INSIDE. A INSIDE foi criada para ser uma Agência de Inteligência para operar missões não autorizadas na CIA. Suas missões eram desde simples espionagem, à roubo de informações e sabotagens de novas tecnologias.A INSIDE oficialmente não existia. Ela funcionava em um prédio comercial no centro de Washington sob o codinome de INSIDE CO.A INSIDE CO. era formada
Como bom militar, Todd sabia que uma guerra política e econômica era tratada em várias frentes, em ações de pequeno, médio e de longo prazo. Com o término da segunda guerra, movimentos nacionalistas se espalhavam pelo mundo e alguns eram monitorados de perto. O Brasil, em função do seu tamanho territorial, localização, sua imensa população, suas florestas e recursos minerais era visto como um aliado importante e o presidente americano não estava disposto a perder o país sul-americano para a União Soviética. Agentes da CIA no Rio de Janeiro reportavam diariamente tudo o que acontecia na política nacional. Ter agentes infiltrados na estrutura de governos aliados e inimigos era algo comum, mas o governo americano queria mais, mais do que a CIA poderia lhe dar.Enquanto o presidente Getúlio Braga criava no Brasil em 1953 a Petrosil, Empresa Nac
George Cruise era o filho mais novo de uma família de 5 irmãos. Nasceu e cresceu no subúrbio de Houston, no Texas. Seu pai era americano e trabalhava na Companhia de Energia Elétrica da cidade e sua mãe era mexicana e se empenhava em cuidar do lar e dos filhos.O ataque de Pearl Harbor, em 1941, coincidiu com a maioridade de George Cruise que se alistou no exército para servir em combate. George adiaria por um tempo o seu sonho de cursar engenharia. Os anos de treinamento e de Guerra não foram fáceis. George estava ali em defesa do seu país, mas viu muitos amigos perderem suas vidas em campanha. Entretanto sua coragem lhe rendeu elogios e medalhas durante a guerra.Com o término da segunda guerra, George pode retomar o sonho de cursar engenharia. Tinha muito interesse em trabalhar na área de energia ou petrolífera. Em 1946 ingressou na universidade. No início de 1948 recebeu em s
Foi no elevador a primeira vez que ela e Cruise se encontraram. Cruise estava a poucos meses no Brasil. Ele estava entrando no elevador e ela gritou pedindo que segurasse o elevador para ela.— Obrigada! Você poderia apertar o 12 pra mim?— Claro!Carolina chamava a atenção por onde passava com seus cabelos negros e os olhos castanhos como o mel. Cruise estava encantado, queria saber quem era a moça que tinha tanta pressa para subir. Carolina segurava junto ao peito alguns livros da faculdade, cursava o último ano de letras.— Jane Austen? – indagou Cruise.— Não entendi.— O livro na sua mão, é da Jane Austen, certo?— Ah sim. É sim, Jane Austen. É para a faculdade, estudo língua inglesa.— Boa leitura!Carolina ficou impressionada, ele conhecia Jane Austen. Não era comum encontrar com pesso
Cruise passou a semana pensando naquela moça que conheceu no elevador. Queria encontrá-la novamente, queria conversar, conhecê-la, mas sua timidez o atrapalhava. O segundo encontro dos dois também aconteceria de forma ocasional. Cruise passeava no calçadão no final semana quando viu Carolina vindo na direção contrária, junto com duas amigas. Ficou sem saber o que fazer: “Será que eu cumprimento?”, “mas se ela nem lembrar de mim? Vou fazer papel de bobo”, “talvez seja melhor fingir que não a vi”. Não deu nem tempo dele decidir o que fazer, Carolina ao se aproximar disse:— Olá, americano Cruise!Mal deu tempo dele dizer oi, as três passaram sem parar, apenas diminuíram um pouco o ritmo da caminhada. Cruise olhou para trás e Carolina também havia se voltado para trás, sorrindo, e entrecochichos e risad