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Capítulo 3 Inquietação e ansiedade

- Anteontem? Onde você o viu? - Ela falava rapidamente, um pouco perturbada.

Eunice olhou para ela com uma expressão de interrogação e retrucou:

- Que reação é essa?

- Onde você o viu? - Ela insistiu, sem tempo para conversas fiadas.

Nesse momento, o celular de Eunice tocou inoportunamente. Ela lançou um olhar para a tela, fez um sinal para que ela ficasse em silêncio e se recostou na cadeira para atender a ligação.

Após apenas duas frases, ela se endireitou bruscamente, lançou um olhar para ela e disse:

- O quê? Estou indo aí agora! - No segundo seguinte, ela fechou rapidamente o laptop à sua frente e o enfiou desordenadamente na bolsa, apontando para a saída. - Tenho que ir, marcamos outro dia!

- Você...

Ela nem teve tempo de reagir, Eunice já tinha saído apressadamente, a deixando com um enigma não resolvido.

“Ela viu o Vitor anteontem! Anteontem ele estava em viagem de negócios na Cidade B, onde ela o viu? Não pode ser tanta coincidência, ela também foi a Cidade B a trabalho?”

Ela encolheu o pescoço e fechou a boca, com uma expressão de resignação, mas sentia um medo inexplicável no coração.

As imagens do Tik Tok se repetiam em sua mente, mas ela não podia ter certeza de que era Vitor.

Será que Vitor mentiu para ela?

Ele não foi para Cidade B?

Ele realmente tem outra mulher?

Ela sentava sozinha na confeitaria, se sentindo terrivelmente mal, como se tivesse caído em uma caverna de gelo. Mesmo o sol dourado e quente não conseguia a aquecer.

Se Vitor realmente a traísse, o que ela faria? E a Ivana deles? E a casa deles?

Ela passou o dia em um estado de torpor, até se esqueceu de buscar a filha.

Felizmente, Vitor voltou cedo e, percebendo que ela não tinha ido buscar a filha, a confortou rapidamente e foi para a creche.

Ela se levantou para começar a cozinhar.

Antes mesmo de Vitor voltar com a criança, Joyce entrou pela porta. Ela tinha a chave da casa e entrava como se estivesse na própria casa, o que ela desaprovava, mas seu irmão a mimava.

Vendo Luiza ocupada na cozinha, ela deixou sua bolsa e se aproximou, se apoiando na porta da cozinha e perguntando:

- Por que só está começando a cozinhar agora? Onde está meu irmão?

Enquanto lavava os vegetais, ela respondeu:

- Foi buscar Ivana!

- Já são essas horas e só agora foi buscar a criança? - Joyce falou com um tom de repreensão.

Ela sempre foi assim, mimada e arrogante como os membros principais da família Barreto, tratando sua cunhada com frieza e calor alternados. Depois de tantos anos, ela já estava acostumada com o temperamento dela, afinal, Joyce era irmã de Vitor e ela não tinha escolha.

- Tem lula em casa? Estou com vontade de comer lula! - Perguntou sem cerimônia.

Ela apontou para o freezer.

- Veja lá, se tiver, pode pegar! Seu irmão deve ter comprado.

Nesse momento, a voz doce da filha soou na entrada:

- Mamãe, eu voltei! Por que você esqueceu de vir me buscar hoje?

Correndo até ela como um passarinho, a menina levantou o rosto e perguntou com os olhos brilhantes.

Ela sorriu culpada, molhando a mão para beliscar o narizinho da filha.

- Mamãe estava ocupada e esqueceu, na próxima vez com certeza não esquecerei de buscar minha querida!

Vitor entrou carregando a mochila da filha e as observou com um sorriso afetuoso.

Joyce se virou para a porta e chamou docemente:

- Irmão!

- Como você veio? - Vitor perguntou casualmente, colocou as coisas de lado, tirou o casaco e entrou na cozinha, a abraçando e tirando o avental dela para colocar em si mesmo. - Querida, me deixe cozinhar! Brinque com nossa filha!

Joyce olhou para o irmão com sarcasmo:

- Meu irmão é realmente um marido exemplar! Amanhã também vou encontrar um homem como ele.

Vitor a repreendeu:

- Saia daqui! Não atrapalhe! Todos estão esperando para comer!

- Não, vou te ajudar! - Joyce disse manhosa, entrando na cozinha e falando sem filtro. - Também quero experimentar a sensação de ajudar o marido!

Ouvindo as palavras de Joyce, ela pensou consigo mesma: "Que sem vergonha, querendo um homem como seu irmão, passando os dias sem fazer nada de útil, que sorte teria a família que a aceitasse, só mesmo seu irmão para a mimar assim."

Ela já estava irritada, mas ao ver Joyce ficou ainda mais. Uma garota tão grande, sempre grudando em seu irmão. Na frente dele, ela agia como um gato manso, só querendo mais dinheiro.

Antes, a família Barreto vivia em condições muito precárias. Apenas o sogro dela trabalhava, enquanto a sogra fazia bicos aqui e ali. Joyce era pequena, frágil e doente, vivendo entre internações. A vida era um aperto constante e, naquela época, Vitor se sentia muito inferior.

Desde que a empresa deles começou a prosperar, a vida dos Barreto mudou drasticamente. Na verdade, era como se ela e Vitor sustentassem toda a família.

Joyce, em particular, pedia dinheiro como se tivesse todo o direito do mundo. Uma verdadeira parasita, cheia de energia para sair, mas sem nenhuma para trabalhar. Era de deixar qualquer um sem palavras.

Ela pegou a filha e saiu da cozinha, tentando se livrar da irritação.

Nesse momento, seu celular tocou. Era uma ligação de Eunice.

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