Na manhã seguinte, quando acordei, fui direto para a janela para olhar o céu. Felizmente, não havia nenhuma nuvem à vista. Hoje, ao que parecia, eu escaparia de minha punição. Um dia desses, porém, minha sorte acabaria e eu seria forçado a me ajoelhar na tempestade e esperar que meu corpo fosse forte o suficiente para aguentar. Elva e eu nos vestimos para o dia e, de mãos dadas, saímos do quarto para tomar o café da manhã. Do lado de fora do quarto, fomos recebidos por Mark. "Piper. Elva." Ele se virou para os dois guardas que estavam atrás dele. "De agora em diante, esses dois serão designados pessoalmente para vocês." Seus uniformes eram mais ou menos parecidos com os de outros guardas que eu já tinha visto, exceto que esses tinham detalhes verdes em volta dos punhos. "Eles fazem parte da guarda pessoal do Príncipe Nicholas", explicou Mark. "Você também verá que os outros neste andar foram substituídos, embora esses dois estejam à sua porta o tempo todo, se você precisar de

Nicholas não disse uma palavra. Ele simplesmente se virou e saiu. "Tchau, Nick!" Elva chamou, antes de voltar alegremente para seus waffles. Desanimado, corrigi minha cadeira e caí sobre ela. Nenhuma das meninas falou comigo durante o resto do café da manhã. Susie poderia ter falado, mas ela ainda estava muito envergonhada com seu próprio comentário. Seu olhar nunca se voltou para o meu. Quanto mais tempo fiquei sentado em silêncio, com as meninas conversando entre si, mais sufocado comecei a me sentir no palácio. As conversas das moças tinham mais ou menos voltado aos mesmos tópicos de antes, como se eu não tivesse falado nada. Eu odiava estar cercado de tanta vaidade e egoísmo. Eu me preocupava com o fato de estar me tornando assim também. Quando Elva e eu terminamos de tomar o café da manhã e estávamos voltando para o quarto, senti que poderia vibrar e sair da minha pele. Eu estava desconfortável e infeliz. A ameaça iminente do meu castigo também pesava em minha mente.

Fiquei olhando para ele, assustada. Será que ele realmente achava que eu tinha terminado com ele para ficar com outra pessoa? Deve ter pensado, porque ele retribuiu meu olhar com o seu próprio. "Não." Desejei com todo o meu coração que ele acreditasse em mim sem uma explicação. Eu não queria mentir para ele. Mas eu o conhecia. Então, sabia que isso não seria suficiente. "Então, por quê?", perguntou ele, com a voz suave na sala silenciosa. Eu não podia lhe contar a verdade. Ele me odiaria mais do que já odiava. "Por favor, não me pergunte isso." Sua expressão endureceu. "Só espero que você tenha aprendido com seu erro. Obviamente, o homem por quem você me deixou não era digno, se ele abandonou você e Elva." Ele estava errado. Eu nunca teria deixado Nicholas por outra pessoa. Quem mais poderia se comparar a você? Nicholas tinha todo o meu coração desde o início. Mesmo agora, eu ainda estava tirando partes dele. "Você foi míope, perseguindo prazeres egoístas." Desviando

Acordei na manhã seguinte com o som de trovões do lado de fora da minha janela e batidas na porta do meu quarto. Eu mal tinha saído da cama quando a porta se abriu e uma série de guardas de Joseph entrou. "Mamãe!" Elva gritou enquanto se escondia debaixo das cobertas. "Pelo menos me deixe vestir", eu disse, erguendo as mãos. O guarda mais próximo de mim balançou a cabeça. "Ordens são ordens." Ele me agarrou com força pelo braço e me arrastou em direção à porta. No corredor, os guardas de Joseph estavam discutindo com os de Nicholas. Mark estava correndo em minha direção. "Mark!" Eu o chamei. "A Elva está lá dentro!" "Não se preocupe. Eu cuido dela!", ele respondeu. Ele tentou se aproximar de mim, mas um dos guardas o empurrou com força. "Ei!" "Mark, por favor." Eu estava preocupado que ele pudesse começar algo. "Elva!" Mark cerrou os dentes, mas deu um passo para trás, deixando os guardas e eu passarmos. "Mantenha-a longe disso! Por favor!" "Eu vou", ele prometeu.

Meus olhos se arregalaram. Por mais pobre que eu me sentisse, ainda assim me empurrei para cima da cama - até que ele colocou uma mão em meu ombro e me fez descer novamente. "Não vou desistir", eu disse a ele. "Não posso." "Eu não pediria que você desistisse, a não ser pela sua própria segurança, Piper. Se você realmente não se importa em ser Luna, como você diz, então deveria se preocupar mais consigo mesma. As pessoas aqui só querem fazer mal a você." "Não importa o que aconteça comigo. Você não consegue ver? Eu vou ficar. Farei tudo o que eles quiserem para garantir que Elva continue a receber os melhores cuidados médicos." "Mesmo que isso aconteça de novo?" "Mesmo assim." Cruzando os braços, ele soltou um suspiro tranquilo. "Eu tinha esquecido como você pode ser teimoso." "Só com coisas importantes." Eu me senti um pouco estranha com ele parado tão rigidamente ao lado da cama enquanto eu estava dentro dela. Fiz um gesto para a beirada da cama. "Você pode se sentar